domingo, 9 de novembro de 2008

Diálogo.

Só de pensar que a cada vez que desperdiço o pouco de tempo que nós temos, falando sobre mim, nós poderiamos falar mais sobre você. Isso faz querer me calar eternamente.
Por mais que eu tente expressar isso. O som que saí da sua boca é o único esconderijo que me restou, mesmo quando não posso ouvir, eu o recrio. Eu o invento. Eu o relembro.
Dizem que eu me enlouqueci e todos tem perspectivas erradas sobre mim. Mas eu não me importo, ao meu lado, no banco vazio, te recrio. Tua imagem, tão fiel a minha lembrança e a tua voz, teu timbre, tuas expressões. Oh, eu posso te sentir, mesmo estando milhas e milhas daqui. Eu crio e te recrio, todas as noites em que preciso encontrar um jeito de suportar mais um despertar sem ti.

Talvez, enlouqueci. Além de falar sozinho, agora ouço suas respostas. É um diálogo bizarro, assumo. Mas é vital. E a cada dia, ele se expandi mais. Eu te conto o meu dia e você me conta o seu, sem pressa. Penso em me calar só pra te ouvir um pouco mais. Não a nada que eu queria acrescentar, não há nada que eu sinta que valha a pena te interromper. A minha cura está bem ao meu lado, a sua voz.
E quando eu voltar pra casa, aceitarei o teu defeito de esquecer que gosta de mim. Mesmo que a realidade não me digas as mesmas coisas doces que eu recriei, ainda sim, eu prefiro ouvir a versão original sua, a imperfeita, a humana, a que não posso controlar. Improvisso então, um novo plano. Caso isso me mate, eu eu também me canse de ser tão paciênte e sonhador irei me encontrar com minha mente, e recriarei um novo final. Um novo lugar. Eu sou capaz.

Encontro em mim seu sorriso. Recrio também o cheiro da primavera, do gosto daquele ano, mas acho que não sou capaz, nem digno de recriar o seu jeito. Nem sua risada. Eu não sou puro o bastante, eu não mereço sentir essas coisas, se não sou homem para estar ao seu lado. Se não sou capaz de enfrentar minhas fraquesas. Eu me levanto, tropeço e continuo caindo nos seus braços, over and over and over again.

Dizem que eu sou doentio. Mas o amor me causa dependência, ele atinge todo o meu organismo, as vezes me torna invencível e outras vezes sou extremamente impulsivo. Eu posso estar enlouquecendo, me tornando dependente e até mesmo sendo covarde. Mas minha vida não vem em prosa e esse eu-lírico, agora, chora. Esse herói sangra sozinho. E ele se importa demais para desistir. Eu conheço o seu coração, sweetheart.

E você não desistiria de me ajudar. Mas eu não posso deixá-lo sentir-se inútil, porque a culpa não é sua. Eu que não fui capaz.
Até amanhã então, eu te recrio se necessário. Vou sentir saudades. Boa noite. Eu te amo. Outro pra você... Adeus!

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("Minha vida não vem em prosa e esse eu-lírico chora"
- Alberto Jennings
).

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("Aceito o teu defeito de esquecer que gosta de mim"
- Canto dos Malditas na Terra do Nunca
).

7 comentários:

Caroline Malaguti Liberalino disse...

Eu te recriarei só para o meu prazer...

isso resume o seu texto !

Ain vc me deixa mal com os seus textos, pq vc escreve 89% do que eu num consigo colocar pra fora ...


Genio do mal ¬¬ TE AMO


Bjusssss

Anônimo disse...

Simplesmente... lindo *-*
Palavras sublimes que transcrevem expressões profundas daqueles que não as podem manifestar mais propriamente.

Camila disse...

você enlouqueceu de amor, fato.

Anônimo disse...

Preeeeeeeeeeego, que lindo ç.ç

Anônimo disse...

linndo linddo linddoo

vc eh mtoo fofoo

>.<

Te amo.

Anônimo disse...

Tocante. FIKADIKA

Anônimo disse...

meldels MORRI x 1.0000.000.00