sexta-feira, 22 de julho de 2011

She.

Nós tivemos ótimos anos juntos. Hoje quando falo parece que foi coisa de momento e por ter sido na infância, será sempre assim que os outros ouvidos vão materializar ao me ouvir. Será como "uma vez conheci uma garota..." e não levarão em conta as horas que o telefone permaneceu mudo, mas com nossa respiração. Não levarão em conta o telefone ter por horas permanecido inacessível para qualquer outra pessoa. E muito menos, não levarão a importância que você teve pra construir o que hoje, eu me admiro em ser. Seja como tem sido ou nos reaproximemos de novo, agora, tanto faz. E demorei muito, até hoje de manhã, pra verdadeiramente responder isso. Não nos encaixariamos porque você soube bem se despedir. Deixou pra trás o dobro do que tinhamos. E aquela que esqueceste também pra trás, era (ainda naquela época) a mais adorável entre nós. E nem que eu rompesse minhas limitações poderia desejar algo como o que ela é feita junto a carne e osso. E deixei me marcar, seja em que posição fosse, porque não importava tanto o lugar, dessa vez. Porque no primeiro toque que tocou meu corpo por inteiro, no primeiro olhar que me viu por inteiro, no primeiro sorriso que me teve por inteiro, os cinco dedos agora gravados não marcariam só o local da marca, mas assim como a enchente que afogava Laura, invadiria os poros e invés de um cigarro, eu a escolhi como amor.

É, doí. Exatamente como parece.
Você se tornou a outra agora.
Você se desfez, de amor
à rotineiras idas à bares, sem olhares, sem falas, sem abraços e sem 'nós'