domingo, 26 de abril de 2009

Party Song Number 1.

Eu precisava de outra dose. Algo mais forte. Ainda estava muito sobrio para me comunicar com qualquer outra pessoa. Eu estava muito sobrio para me sentir bem, me divertir, deixar você ser de outro alguém. Então, eu sentei. E tomei. Uma. Duas. Três. Levantei-me para buscar algo mais forte, depois misturei com tudo o que fosse altamente contra meus princípios. Dancei. E conversei com muitas pessoas. Contei meus segredos, minha vida, minhas dores. Chorei. Me recusei a aceitar que eu estava mesmo preso nessa ilusão. Eu queria poder parar de te chamar de ELE, e poder parar de chamar 'a gente' de ilusão. Eu queria mais do que tudo.
Mas eu vi vocês dois juntos, muitas e muitas vezes. E eu desmoronei. Eu chorei de novo. E conversei mais com muitas pessoas.

A festa continuava piscando. E eu por pouco não caia a cada passo que eu tentava dar. Finalmente achei o quarto de luz negra e música alta. Era o lugar onde eu precisava estar. Encostei-me na parte e deslizei até o chão. Subi novamente, lentamente. Olhando pro meu amigo. Ele se aproximou. Joguei-o na cama, ele caiu certinho. Talvez, já esperasse por isso. Eu fui pra cima. E beijou-o. E quando ele tentou mais, eu me afastei sutilmente. Eu já tinha conseguido o que eu queria. Eu já estava satisfeito. Já tinha minha resposta.

No fundo, eu estava destruido.
E querendo encontrar um travesseiro fofo. Que eu pudesse apertar.
E eu poderia pelo menos guardar os pedacinhos do meu coração que eu gostaria de um dia ser capaz de entregar pra outra pessoa. Que não fosse capaz de quebrar ele tanto. Em pedacinhos tão pequenos que se perdaram. E quando eu encontrar alguém capaz, mesmo que eu saiba que não será igual. E ele talvez não toque as partes que você tocou. Eu aceito.

Só me resta uma dúvida.
Até quando você será a primeira pessoa que eu lembro quando eu quero sorrir?
Até quando você será a primeira pessoa que eu lembro quando eu quero me sentir bem?
Até quando você será a primeira pessoa da minha mente?
Até quando a primeira pessoa?

Um comentário:

Nara Queiroz disse...

Não é dessa forma que curamos nossas dores.
Apesar de nos aliviar, o peso da culpa duplica.
Sei por experiencia hehe.