quinta-feira, 19 de abril de 2012

Primeira vez.

No meu vestido, eu me questiono. E por isso, venho a ser. Somente dentro do meu vestido que eu consigo ir pra fora, além. Assim, de dentro vê-se o fora e o vive. É uma construção, sim. Rejeitei os gêneros, o opressor e o oprimido, e comecei então a brincar com o meu 'eu'.

É construindo que a gente vai seguindo, mas algumas construções são de concreto, ficam dificeis de serem quebradas. Outras são tão profundas que...Ah... deixe-as lá, por enquanto. São as maiores contradições que o capitalismo me deu.

A noite terminou e lá estava Virginia. A referencia feminina que me questionava. Apontava dentro da minha roupa, dentro das minhas contradições e perguntava, lá em 1941, quais eram suas opções?

O carro batido, todos ali fora assustados. Descer do carro foi uma escolha repensada quarenta vezes. Assim como foi subir a rampa, sentar, cantar uma música, ir ao banheiro e agora sair do carro. Se mostrar, simplesmente existir, enquanto César, era uma posição. Era um questionamento - interno e externo - e deixava de ser uma escolha.

Tirei o vestido, mas não modificou o novo corredor que se construiu. Eram mais opções e mais sexualidade, mais gênero e mais orientações a serem experimentadas. Mesmo assim, a preocupação junto da irresponsabilidade tinham um outro peso, tanto foi que deu sono. O corpo pedia e conseguiu seu descanso.

Olhei ao lado, um moço lindo e que tanto admiro me questionou - enquanto dormia. Eu estava subjetivado, mas eu via. Materialmente, eu fui. Agora resta saber... o quê.

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