domingo, 14 de dezembro de 2008

Não faz falta.

Eu reclamei milhões de vezes por ser forte. E implorei para ser a vítima. Eu não queria ser o vilão, não queria rir. Eu queria estar numa cama, sozinho. Banhado de lágrimas e embaixo de algo que me aquecesse. Eu não queria dar a volta por cima, eu queria me manter preso no tempo, nos meus longos pensamentos. Que só me torturam, em vão. Sem trazer nenhum resultado. E eu continuaria somando meus pontos. Fingindo que acreditava que eu precisava me afundar mais e mais. E um dia algo me levantaria e me traria a vontade de puxar o ar de volta, de novo e de novo e de novo.

Mas no fundo, agora não sinto falta. Eu não sinto falta de lágrimas. Eu não sinto falta dos cortes. E eu não sinto falta de nenhuma fumaça ou líquido legal ou ílegal que pudesse me anesteciar desse vazio. Eu sinto falta de você. E nada do que eu faça vai trazer isso pra perto de mim. Eu sinto falta de abraços. Eu sinto falta de alguns sonhos que eu tive. E eu sinto falta de me sentir bem, sozinho. De estar bem comigo mesmo e de ser independente.

Em dois meses eu me mudei completamente. Eu inflingi meus principios, quebrei as regras, gritei a verdade, infrentei meu medo e conquistei meus sonhos. Eu lutei contra partes de mim, eu recriei pessoas que já partiram e me pus pra baixo. E pra cima, várias e várias vezes.
Em dois longos meses eu vivi. Eu respirei. E eu senti coisas que trouxeram-me novas sensações que eu não sei explicar. Eu só enxergo agora um único lado. E nada parece ter tido importancia, nada parece ter mudado at all. E agora eu volto pra cama. Em busca de um cobertor quente, e que as horas passem depressa.
Faltam apenas mais três horas para a pior hora do dia. Oito horas. O horário onde é tarde demais para planejar alguma coisa, e cedo demias para ir pra cama. E logo logo já são dez horas.
Mas hoje penso que vou dormir sem ligações. Sem a voz que poderia me distrair por dias, sem as histórias que eu gostaria de fazer parte, e sem sonhos.

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