quarta-feira, 9 de junho de 2010

Esta se tornando uma dor de uma semana. Talvez pendure por mais um mês, ninguém sabe quanto tempo isso dura. E quando se deve intervir. Mas eu realmente queria me entregar a ela, mesmo sabendo que os dias continuam a vir. E não vamos voltar mais pra onde paramos. Aquilo parou e ali descansou. Assim como meu heroi descansou, depois de tanta dor. Queria mesmo aceitar já que ouvi todo dia sobre como ele estava indo pouco a pouco. Seja pra onde ele foi, eu sinto falta. Aprendi a sentir vontade de tê-lo perto. Queria agora voltar acreditar numa melhora. Todas as coisas que ficaram, todos os discos, as roupas, a saudade que restou. Cada ligação perdida, sem mais conseguir chegar até ele. Há tantos que nem sabem ainda. E já passou uma semana, já acordei e fui dormi. Pintaram meu quarto, trocaram meus vicios e deixaram a janela aberta pra secar a minha dor. Tudo passou.

Tão cedo eu descobri que não saberia mais como escrever. Perdi o dom ou ainda pior a voz. Tanta coisa presa que não sabe como sair, não desconhece os caminhos, mas não encontra sentido. Será mesmo verdade? Esse pesadelo está durando demais. Está começando a me cansar. E voltar aos meus costumes tão detestáveis me enlouquece. Outro dia sem sentido. Onde vamos assim?


A auto-pena começa a se instalar, come na mesma mesa de quatro cadeiras. Agora só tem três moradores. E esse espaço vago, que era o mais usado, me soa mal. E do meu lado da cama tem mais pensamentos do que meu travesseiro pode tampar. Queria ser homem de aguentar. Mas as segunda-feiras estão começando a se multiplicar e esse meu medo de me tornar menos eu mesmo. Espero que o tempo mantenha-me preso nesses ventos que me impedem de desistir. Eu quero continuar na mesma linha pra não ter de olhar pra tras e ver que já fui tanto mais. Eu quero me sentir inteiro e completar-me com minha compania.

Escrevo aqui os meus pesames. O meu 'sinto muito'. Porque sinto. Sinto incondicionalmente. Sinto em cada passo, em cada calçada, em cada rima. Eu fecho os olhos e apago. Me desligo pra não rever. Eu sinto um ano inteiro. Sinto uma fisgada. Sinto. Não digo, não abraço, não choro. Sinto.

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