sábado, 16 de abril de 2011

O monge.

Entrei, dessa vez sozinho. A partir do segundo que ela virou as costas e seguiu, por uma noite, para longe. Eu senti que não importa muito onde e com quem mais estejamos, estarmos em lugares diferentes não funciona. Mesmo assim, precisava deixá-la ir e ela precisava me deixar ficar. Em acordo, seguimos nossas necessidades pessoais. Entrei, e forcei um pouco para chegar até o outro lado da quadra. Estava feliz de estar lá, na quadra, dentro da minha faculdade - minha, nossa - conversei com um casal. Um casal que eu gosto, e já via de longe há um tempo. E fiquei muito contente de conhecê-los, de fato. Os dois - tanto o menino dos cabelos mais bonitos de toda a faculdade, quanto a simpatissíssima namorada - me acolheram em meio aquela primeira visita que eu fazia. Aceitei alguns drinks e alguns tragos. Assim, pude unir o pensamento das voltas que minha cabeça obedecia. Fui atrás de um grande amigo. Ele, sem camisa, me olhou nos olhos. Aproximou-se e meu corpo inteiro sentiu a força imensa que aquela essência expunha. Então, estremeci. Ele se aproximou ainda mais, eu confessei: "Eu casaria com você", ele respondeu que também. Precisou tocar seus lábios macios nos meus, para que eu entendesse, de uma vez por todas, que eu não mais enxergar a quadra era porque não estavamos mais lá. Não estavamos em lugar algum. Nem o relógio podia nos contar, estavamos ali, olho no olho. E que olhos... os olhos profundos e sinceros que me sugavam de uma forma que eu estava feliz em fazer parte. Ele então decidiu que deveriamos conversar mais, longe. Me chamou e caminhou na frente. - Isso foi um pouco depois das maças e a fogueira ter sido acessa - sentamos. Meu coração pulsava, estava em paz. Uma paz que preenxia e ia crescendo, as palavras do jovem sábio. E repetia em cada fim de frase, 'entende?' A preocupação que eu compreendesse, o quanto era importante.
Então, assim eu me desfiz. Seu rosto aproximou-se sem que eu pudesse tirar os olhos do seu sorriso. Ele continua falando, agora de olho fechado e uma intensidade que me arrepiava. Ele quase tocava os lábios no meu rosto, ele disse: "Você acha que me impede. Você ser... você acha?". Então, encostou o seu rosto no meu, minha mão subiu a sua face, acariciando a barba e nos conectavamos e nos uniamos tornando apenas um. Aquele minuto onde eu não sabia onde seria a divisão, onde seria o meu fim e o começo dele, naquele instante em que ele era tudo o que eu queria. E eramos aquilo, e nada diferente daquela cena. Naquele recorte, eu entendi.

O mundo é nosso.

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