terça-feira, 8 de março de 2011

Eye.

Provavelmente seis da manhã, assim nascia o sol. E ele me puxou pela mão até a varanda. Engoli outra lágrima e olhei pra ele. O cansaço sustentava nossos pés na varanda. Com muitas pausas ele disse: "Eu entendi". E mesmo sabendo que ele deduzira já antes, e me trouxe com as idéias prontas. Ele as montou e assim como o sol, esclarecia-as. Enxergando-as. Era uma lucidez que decendia de amor e compreensão. Ele olhou de novo pra frente, não viu os prédios que ali se construiram, mas o outro universo de que ele faz parte. Outro menino ali, um dos meus favoritos. Ele perguntou "Você já vai dormir?", quase como eu queria ouvir. Eu balancei a cabeça, e me apaguei com o volume exagerado.
Petrificado. Inefável. Insipido. E todas as demais denominações que se pudessem ser ditas, foram. Todos dormiam e o abandono deixado por mim mesmo significava mais do que individualidade. Sei lá. Não sei direito como respirar. O vento sempre leva e traz de volta apenas o cheiro. Pra me torturar? Pra me lembrar do profundo.

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