domingo, 18 de julho de 2010

Consolo.

Ameniza, mas não apaga. Sonhei hoje - num curto relampago de sono que tive - eu acendi outro cigarro e matava, de uma vez por todas, as barreiras. Acordei, ainda abraçado. Era um dos melhores abraços que dei e recebi (como dizem que abraço é um presente que é sempre reciproco). Lembrei-me então do que me contaram e senti um enjoou forte. Abracei-o mais forte. Tentei mantê-lo meu, por algumas horas. Ele - que começou e depois manteve-se pacifico - balanceou as pernas o que me fez pensar se não seria um daqueles abraços que se tenta recusar, sem magoar. Então pensei 'se deveria ir, porque não vou?' Se deveria sumir, porque não simplesmente sumo. Não fazer as malas, mas me disfazer e perder a forma, a cor, o timbre.

A vida que eu levei, quase me levou por onde eu luto pra fugir. Eu me arrependi muito agora que descobri o que fiz. Eu realmente não poderia ter feito isso, se tivesse qualquer parte de mim ali, qualquer essência, mas quem escolheu a loucura foi o medo. Meu medo. Aceito a covardia tão bem quanto aceito meus defeitos. Pra que assim possa vencê-los. Orgulho-me das palavras ditas e das verdades que não se escondem mais. Ao menos, eu fui quem sou, ali.
Eu queria ao menos me lembrar desse pequeno trecho, o único que me arrependo. Eu queria pelo menos entender como cheguei ali. Me consolo em encontrar linhas e mãos dadas.

Meu grande desespero em perder é atoa. Porque as mutações do mundo não atingem os que realmente se ofereceram em ficar. Amém.

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