quinta-feira, 2 de setembro de 2010
Ela disse.
Todos os dias são comuns. Sem dúvida, são. Ora, se eles não começam e terminam da mesma maneira? Todos iniciam-se da maneira mais rápida e inesperada e terminam com uma xícara de café bem escuro e uma TV ainda ligada. Ao menos, todas as noites são assim aqui dentro. E Orlando e até mesmo a senhora Dalloway decidiram passar as noites por aqui. Lendo-me como livro, sem intromessões e influênciar - e tão nitido de verdade, de detalhes, "rico de silêncios".
Ai de mim, então se não me explicar aqui. Era de tarde - ou pelo menos assim, sentia-se numa - e alguma parte de mim reflitada ali não sabia mais porque estava ali. Desejei ser um livro, melhor ainda, um leitor. Apenas isso, se pudesse me alimentar de letras - jamais mastigar - e pudesse ver além dos rostos, poder admirar e me aproximar sem mudar a posição ou a próxima ação expontânea. Se pudesse fixar-me sem pressionar ou ainda intimidar meu livro - todos os seres humanos, animais, vegetais, ficticios; todos;
Ele disse. - Ou seria Ela? - 'Eu vou comprar as rosas eu mesmo' - ou seria 'Eu prefiro as pessoas á Couve-Flores'. Não tenho certeza. Só me lembro que estava frio. Foi sincero. E numa manhã comum - porque todos os dias são comuns - ele tornou-se flor.
sábado, 31 de julho de 2010
O mesmo por aqui.
Born Woman
Como te contei - quase toda noite fazia questão de contar - hoje foi díficil. Não ouvi sua voz nas últimas 24 horas. E precisamos encarar os fatos - quebrando as barreiras com a única pessoa que me permite ser nada menos. O limite entre todos nós fica riscado com uma caneta bem fraca pra nunca precisarmos assumi-lo, mas sabemos que quando um de nós se tornar um peso, o outro tem de seguir. Somos insubstituíveis, eu sei. Mas não somos eternos e muito menos desnecessários. Você já nasceu pronta antes de me conhecer. Se fez ainda maior e me ensinou a persistir. Eu não sou feito de medalhas, nem de corações. Eu tenho apenas dúvidas a oferecer, nunca respostas.
Nós juntos escolhemos o extremo, nunca pouco, nunca metade. Eu casaria e dormiria todas as noites - sem pensar ou desejar outra pessoa - feliz. Na mesma cama, com o mesmo respeito e os mesmos olhos. Eu te amo, mais. E confio, mais. A cada dia, mais. A cada novo eu que sou, mais. E admiração, mais mais mais.
Mas querida, eu ainda não terminei. Eu ainda não comecei, na verdade. Eu não pude dizer nada porque não quis te ligar. Não, ah como eu quis. Quis a cada segundo que quase perdia a voz porque ninguém podia entendê-la. Mas evitei ligar.
Não insisto, mas torço, rezo e quase me entrego quando coço a garganta e afirmo o timbre pra perguntar se você poderia ficar um pouco mais. Mais uma conversa, mais um café, mais um minuto de quem sou aqui perto de mim. Se você se importa em ouvir ou simplesmente em falar algo mais sobre você. Esse cotidiano todo que eu quero ouvir. Essa paz toda que eu quero sentir. Esses medos todos que eu quero que se tornem meus, os fantasmas que eu quero lutar. Essa vida toda que eu quero somente fazer parte. No papel que você me oferecer. Mas se houver alguma fala que não seja ‘Adeus’.
Sábios.
As palavras já não me acompanham mais. Nem minhas pernas sabem o que dizer, como correr, onde parar. Meus amigos só aparecem, pouco mais. Ou isso basta. O silêncio vem para todos, o descanso se encontra somento no fogo, em quem está queimando. Assistir - quando se tem consciência - nos torna cumplices.
Felicidade. Talvez seja, um pouco de cada dia que não volta e um pouco do novo se expandindo dentro de mim. Como uma faca abrindo meu peito e mostrando o drama todo que sou. A miséria de sentimentos ainda corajosos de sobreviver a esse inverno. É o misto da dor com a vontade de sentir ainda mais. O medo com o valor de passar por cima dos deveres. É um pouco de tudo. A felicidade nunca é, nunca vazia, nunca fica. - Fria - Talvez, não seja pra ficar. Talvez, não sinta vontade de nos acordar.
domingo, 18 de julho de 2010
Consolo.
A vida que eu levei, quase me levou por onde eu luto pra fugir. Eu me arrependi muito agora que descobri o que fiz. Eu realmente não poderia ter feito isso, se tivesse qualquer parte de mim ali, qualquer essência, mas quem escolheu a loucura foi o medo. Meu medo. Aceito a covardia tão bem quanto aceito meus defeitos. Pra que assim possa vencê-los. Orgulho-me das palavras ditas e das verdades que não se escondem mais. Ao menos, eu fui quem sou, ali.
Eu queria ao menos me lembrar desse pequeno trecho, o único que me arrependo. Eu queria pelo menos entender como cheguei ali. Me consolo em encontrar linhas e mãos dadas.
Meu grande desespero em perder é atoa. Porque as mutações do mundo não atingem os que realmente se ofereceram em ficar. Amém.
sábado, 17 de julho de 2010
Until i walk in.
Já não estás sensivel demais? Porque aflorar a dor e dramatizar, o palco foi desmontado. Eles não vão rir do seu nariz, é banal. Vai embora, com sua honra vendida. Cace o caminho de volta e renda-se ao sono pra amenizar então o que sentes.