sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
Singular.
Mesmo que você hesite entrar n'gua, você caminha sobre ela. Pois este asfalta que construiste - este que aborta a flor amarela - pisa em você e assume o controle relembrando que é o ambiete que escolheste habitar, mas ignorou todos os cuidados que precisa. Tornando-se de inteiro, a meio, á quarto.
Otra.
Então, dance, querido.
Imovel ninguém te enxerga.
Então, fuja.
Ninguém te quer aqui.
Fumaça
Até Quando?
Humanos.
Inconfortável é não poder cortar os pés, continuar correndo, levando o cheiro, os gestos, a covardia. Sabemos que você nunca teve pra onde ir. E nem sabe onde quer chegar. Assim.
Tinta e um pedaço marcado.
Profundo
Completo, deveria ver de contemplar. Mas se não vem, que remeta isso. Porque só, e tão só assim, sei sentir. Ser. Inteiro, não individual. Quando se esquece do profundo, o raso te lembrará. Buscar...
Se aprofundar.
Fundo. Afundar.
Se libertar.
Mudando pra não deixar de ser o mesmo.
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
Entardecer
Aguardando.
...
...
...
...
Até; Quando; Esperar?
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
Intimidade.
O abraço de noite me traz a felicidade. Assim, percebi. Esta nunca começa, também não se estende ou termina, simplesmente é. Como foi. Como há de se repetir. O que eu disse...Bem, o que eu finalmente expus, o que eu expulsei, foi o que eu soube que você gostaria de ouvir. Porque eu precisava do meu melhor amigo ciente que ele ainda é o maior. E com isso, ninguém mais pode-se suprir sua falta. E mesmo que as qualidades sejam altas, não é disso que você é feito. Não dessa estação que você se chama. Não desse valor que você me tem. É da busca, do cheiro, do dente. Principalmente o dente. Principalmente o calcanhar. Principalmente a custela. Principalmente. Essencialmente. Obrigatoriamente, por causa que não há lá fora nada que seja tão surreal. Que grite assim. E por mais que soe como antes, por mais que repita-se em número de letras, é agora uma necessidade de ter perto. Não mais ter. Sem o amargo, só o doce de querer. Só o gosto de saber. Eu ainda estou vivo.
Todo fim de ano.
Por mais que tudo esteja firme agora e as torres sustentem, não me abraçam. E não aliviam a saudade. Mas não deu tempo assim de sentir falta, mas sei que se não me abraçar - essa é uma daquelas coisas que precisamos fazer sozinho - logo vai ser tarde demais pra remoer. Vou esquecendo e apagando e voltando a encolher, encolher. Assim, não vai ter mais o que sentir falta, se tudo for só a soma do que sou. Ah, se eu me arrependesse disso, e quisesse voltar a ser o que era. Ah, se eu conseguisse não acreditar na evolução e verdadeiramente desejar voltar.
Tudo entrou no trem. E levaram as malas, com as minhas cartas. A partida foi rápida pra não poder sorrir, ou era pra doer menos? Não sei falar de dor porque ela se modifica tanto quanto meus textos, que se perdem em meio a tantos pensamentos que não sabem se organizar. Sei só que não há comodo que tenha permanecido igual. Da sala aos quartos, até mesmo as escadas estão diferentes. O elevador não traz convidados. A mesma quietude de sempre, tempo pra lembrar. Muito tempo e poucas coisas a serem lembradas, poucas coisas que desejam ser ditas em voz alta.
As linhas se fizeram curvas. E os trilhos sumiram. E eu ainda me esqueço que continua se movendo. Como se todos os passageiros lá - meus, digo, antigos - estivessem a espera. E descongelassem a cada acaso que nos encontramos. Nos lembramos. Ainda existimos, mesmo longe, ainda longe, de longe iguais.
domingo, 14 de novembro de 2010
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
No decorrer.
Encolhendo. Encolhendo, encolhendo, encolhendo. Por dentro, eu me encontro e discuto o mundo. Vivencio o resto através da tela que escolho ver. As cores sobressaltam as palavras. E é fácil me perder, será que alguma vez escapei e esqueci de voltar? Se tudo isso for apenas a fuga, nada mais? Se nunca voltei pra dentro de mim? Onde estou?
Este ano me levou tudo. Atingiu-me e ensinou-me de ser o agora. Invadiu todos os comodos e tirou-me tudo. Me sinto tão pequeno e tudo mantém-se em movimento. O trem segue, leva, deixa. Traz saudade e a leva. Me leve, então.
quinta-feira, 7 de outubro de 2010
Um exercício de exercito.
Tantas vozes que me abandonaram que me deixa tão vuneravel lembrar. Ler, reler. E provavelmente sou o único a sofrer o efeito do enjoou em ser tão honesto. O que se canta, e não se devia ouvir. O que se escreve e não devia ser revelado. Só doí. A não ser que eu...não, fingir já tem sido praticado tempo demais.
Não quero uma pausa na dor, mas o fim. Se não for possível que seja o fim de qualquer coisa. De mim; de meus dias; de meus medos; do que é meu.
O que deixei em meio a busca foi procura. Ninguém me procurou. Ninguém procurou saber.
O que deixei em meio foi o enredo. Ninguém leu meus olhos. Ninguém soube o fim.
Bem, foi esse.
quinta-feira, 2 de setembro de 2010
Ela disse.
Todos os dias são comuns. Sem dúvida, são. Ora, se eles não começam e terminam da mesma maneira? Todos iniciam-se da maneira mais rápida e inesperada e terminam com uma xícara de café bem escuro e uma TV ainda ligada. Ao menos, todas as noites são assim aqui dentro. E Orlando e até mesmo a senhora Dalloway decidiram passar as noites por aqui. Lendo-me como livro, sem intromessões e influênciar - e tão nitido de verdade, de detalhes, "rico de silêncios".
Ai de mim, então se não me explicar aqui. Era de tarde - ou pelo menos assim, sentia-se numa - e alguma parte de mim reflitada ali não sabia mais porque estava ali. Desejei ser um livro, melhor ainda, um leitor. Apenas isso, se pudesse me alimentar de letras - jamais mastigar - e pudesse ver além dos rostos, poder admirar e me aproximar sem mudar a posição ou a próxima ação expontânea. Se pudesse fixar-me sem pressionar ou ainda intimidar meu livro - todos os seres humanos, animais, vegetais, ficticios; todos;
Ele disse. - Ou seria Ela? - 'Eu vou comprar as rosas eu mesmo' - ou seria 'Eu prefiro as pessoas á Couve-Flores'. Não tenho certeza. Só me lembro que estava frio. Foi sincero. E numa manhã comum - porque todos os dias são comuns - ele tornou-se flor.
sábado, 31 de julho de 2010
O mesmo por aqui.
Born Woman
Como te contei - quase toda noite fazia questão de contar - hoje foi díficil. Não ouvi sua voz nas últimas 24 horas. E precisamos encarar os fatos - quebrando as barreiras com a única pessoa que me permite ser nada menos. O limite entre todos nós fica riscado com uma caneta bem fraca pra nunca precisarmos assumi-lo, mas sabemos que quando um de nós se tornar um peso, o outro tem de seguir. Somos insubstituíveis, eu sei. Mas não somos eternos e muito menos desnecessários. Você já nasceu pronta antes de me conhecer. Se fez ainda maior e me ensinou a persistir. Eu não sou feito de medalhas, nem de corações. Eu tenho apenas dúvidas a oferecer, nunca respostas.
Nós juntos escolhemos o extremo, nunca pouco, nunca metade. Eu casaria e dormiria todas as noites - sem pensar ou desejar outra pessoa - feliz. Na mesma cama, com o mesmo respeito e os mesmos olhos. Eu te amo, mais. E confio, mais. A cada dia, mais. A cada novo eu que sou, mais. E admiração, mais mais mais.
Mas querida, eu ainda não terminei. Eu ainda não comecei, na verdade. Eu não pude dizer nada porque não quis te ligar. Não, ah como eu quis. Quis a cada segundo que quase perdia a voz porque ninguém podia entendê-la. Mas evitei ligar.
Não insisto, mas torço, rezo e quase me entrego quando coço a garganta e afirmo o timbre pra perguntar se você poderia ficar um pouco mais. Mais uma conversa, mais um café, mais um minuto de quem sou aqui perto de mim. Se você se importa em ouvir ou simplesmente em falar algo mais sobre você. Esse cotidiano todo que eu quero ouvir. Essa paz toda que eu quero sentir. Esses medos todos que eu quero que se tornem meus, os fantasmas que eu quero lutar. Essa vida toda que eu quero somente fazer parte. No papel que você me oferecer. Mas se houver alguma fala que não seja ‘Adeus’.
Sábios.
As palavras já não me acompanham mais. Nem minhas pernas sabem o que dizer, como correr, onde parar. Meus amigos só aparecem, pouco mais. Ou isso basta. O silêncio vem para todos, o descanso se encontra somento no fogo, em quem está queimando. Assistir - quando se tem consciência - nos torna cumplices.
Felicidade. Talvez seja, um pouco de cada dia que não volta e um pouco do novo se expandindo dentro de mim. Como uma faca abrindo meu peito e mostrando o drama todo que sou. A miséria de sentimentos ainda corajosos de sobreviver a esse inverno. É o misto da dor com a vontade de sentir ainda mais. O medo com o valor de passar por cima dos deveres. É um pouco de tudo. A felicidade nunca é, nunca vazia, nunca fica. - Fria - Talvez, não seja pra ficar. Talvez, não sinta vontade de nos acordar.
domingo, 18 de julho de 2010
Consolo.
A vida que eu levei, quase me levou por onde eu luto pra fugir. Eu me arrependi muito agora que descobri o que fiz. Eu realmente não poderia ter feito isso, se tivesse qualquer parte de mim ali, qualquer essência, mas quem escolheu a loucura foi o medo. Meu medo. Aceito a covardia tão bem quanto aceito meus defeitos. Pra que assim possa vencê-los. Orgulho-me das palavras ditas e das verdades que não se escondem mais. Ao menos, eu fui quem sou, ali.
Eu queria ao menos me lembrar desse pequeno trecho, o único que me arrependo. Eu queria pelo menos entender como cheguei ali. Me consolo em encontrar linhas e mãos dadas.
Meu grande desespero em perder é atoa. Porque as mutações do mundo não atingem os que realmente se ofereceram em ficar. Amém.
sábado, 17 de julho de 2010
Until i walk in.
Já não estás sensivel demais? Porque aflorar a dor e dramatizar, o palco foi desmontado. Eles não vão rir do seu nariz, é banal. Vai embora, com sua honra vendida. Cace o caminho de volta e renda-se ao sono pra amenizar então o que sentes.
terça-feira, 29 de junho de 2010
Presunção.
Pride
O silêncio não mais me atormenta, porque eu quase nunca estou só completamente. Os meus pensamentos falam mais alto do que os carros na rua em época de Copa do mundo. Eu revi muitos segundos - os últimos que ele teve - e fiquei á pensar. “Não que eu os ame menos, mas nossos filhos, querida, foram o resultado do nosso grande amor. E até o fim ficamos juntos, ah, o meu fim. Me doi tanto te deixar quanto me doi ficar aqui e te fazer tanto mal”. A porta se abriu e eu não tive uma respiração, tarde demais. A enfermeira não correu, os médicos não se apressaram. O último andar era feito pra isso. Esses últimos dias, últimos minutos. Esse um ano que lhe transformara em barata e o mantivera em cativeiro cercado de tanta censura e tanta dor. Ele esperou sua esposa, e quando sentiu-se tão feliz quanto poderia ser um homem, fechou os olhos e entregou-se ao descanso.
Sete e vinte. Dia quatro de Junho de dois mil e dez.
quinta-feira, 10 de junho de 2010
Nunca saber.
Eu finalmente disse. Morreu. Ainda sinto enjoou forte e muita dor no corpo. As vezes meu peito arde e me sinto caindo sozinho. Falar mais? As palavras já se conhecem e se repetem..é uma fase de clichês.
Esse um ano congelou e agora não acompanho mais nada. Perdi o ritmo e uma semana passada já roubou meu lar. Minha sanidade. Voltemos. Não importa como doa, sempre voltamos. Lembramos. Desde que não viva nessa lembrança, deve sentí-la. Os passos de hoje marcam a calçada e o mesmo sapato que calça. Olhar pra trás, um dia, será capaz de te lembrar uma vida. Mas quantas delas passaram por você depende de quantas ruas percorrer. De quantos bairros entrar. De quanto suas pernas conseguirem andar.
Então, se tiver a sorte de conhecer alguém que te faça querer seguir. Agradeça. E siga-a. Porque há caminhos que só os melhores amigos podem te levar. Onde há esperança; Onde houve amor; Onde há espaço pra se construir sonhos e algum eu-lirico.
quarta-feira, 9 de junho de 2010
Tão cedo eu descobri que não saberia mais como escrever. Perdi o dom ou ainda pior a voz. Tanta coisa presa que não sabe como sair, não desconhece os caminhos, mas não encontra sentido. Será mesmo verdade? Esse pesadelo está durando demais. Está começando a me cansar. E voltar aos meus costumes tão detestáveis me enlouquece. Outro dia sem sentido. Onde vamos assim?
A auto-pena começa a se instalar, come na mesma mesa de quatro cadeiras. Agora só tem três moradores. E esse espaço vago, que era o mais usado, me soa mal. E do meu lado da cama tem mais pensamentos do que meu travesseiro pode tampar. Queria ser homem de aguentar. Mas as segunda-feiras estão começando a se multiplicar e esse meu medo de me tornar menos eu mesmo. Espero que o tempo mantenha-me preso nesses ventos que me impedem de desistir. Eu quero continuar na mesma linha pra não ter de olhar pra tras e ver que já fui tanto mais. Eu quero me sentir inteiro e completar-me com minha compania.
Escrevo aqui os meus pesames. O meu 'sinto muito'. Porque sinto. Sinto incondicionalmente. Sinto em cada passo, em cada calçada, em cada rima. Eu fecho os olhos e apago. Me desligo pra não rever. Eu sinto um ano inteiro. Sinto uma fisgada. Sinto. Não digo, não abraço, não choro. Sinto.
terça-feira, 8 de junho de 2010
domingo, 23 de maio de 2010
O gosto de ter amigos.
O bom gosto de ter amigos é o auge da felicidade. Porque acima da dor e acima do amor, estão as pessoas que fazem parte de quem você é. De quem você se torna a cada dia. Não sei se eu fumo ou parei. Não ligo. Não ligo mais em por nome em cada dia e em cada ato meu. Que me faça real e me abra os olhos. Sempre há como crescer.
É assustador descobrir fora de casa a vida inteira que se perdeu. A essência que meus pais não tem. Os meus criadores nunca viram o que eu aguento. O que eu gostaria, até por covardia, de as vezes não pensar. É sufocante acordar e enxergar toda essa realidade que me foi imposta como um filme de uma forma não pálpável e ver que quem dorme na minha calçada é mais real do que todos meus sonhos que ainda estão sem chão.
Enquanto falo, ainda há vítimas. O que talvez devesse ser comédia pela imprevissão, vítima e contexto, é um dilema insuportável. Não haverá paz, enquanto continuarmos a devorar e explorar outras especies. Onde está a igualdade? Onde está a liberdade? Não haverá nenhum homem livre, enquanto houver um oprimido.
Se o mesmo chão que marca o asfalto marca meus sapatos, não há como negar. Nada pendura, se não a mudança. Se não a insatisfação e a busca de um mundo melhor.
Pra cada livro, há um analfabeto.
Pra cada amor existe uma pessoa cansada demais pra amar. E cada poeta novo que nasce, há uma legião de pessoas que não se importam em entender. Menos do que não conseguirem, fazem questão de manterem-se, como já a condicionaram, a nunca saber.
Hoje, eu vi que realmente o mundo está errado. Não era minha cabeça, não era minhas conspirações. Tem muita além de nós. E nunca pude conversar tanto e sentir tão certo quando Ele, acreditando agora pela primeira vez na existência de Deus já que só uma força maior ou talvez com nome diferente mas mesmo sentido tenha sido o acaso/destino/sorte, pra Ele ter surgido assim, inesperadamente.
A bicleta estacionada bem ao seu lado, não me chamou atenção. E a maquina fotográfica apontada pra parede bem à minha frente, não me ajudou a entendê-lo tão bem. - Você poderia tirar uma foto nossa? - Eu nao esperava pela minha amiga agir assim. Me senti envergonhado, sem sentido, mas fiquei mais acolhido quando vi um sorriso e um sim do gentil rapaz que nos assistia. Clicou a foto e logo depois clicou de novo com um flash. Sentiu-se frustrado pela qualidade e tentou outra vez, tendo um resultado ainda melhor.
Descobrimos então que fotografava seu próprio trabalho, que vinha de muitas ideias e mais do que isso, mas sabedoria e interesse em se envolver em coisas menos individualistas. Debatemos história e todo o sistema que nos torna quem somos, ou pelo menos, tenta nos moldar a medida que nos curvamos as suas ordens.Eramos estranhos conhecidos que queriam mesmo se conhecer. A compania foi a mais agradavél da noite toda. E o convite de um vinho, após nos ensinar seu truque secreto de comprar mais barato, foi o necessário pra caminharmos e nos sentirmos em casa.
Em meia a tanta verdade e tanta cultura, descobrimos o seu nome (o que não vale citar pra que a arte se torne, ao meu ver, mais fácil de se adequar aos momentos cotidianos, afinal hoje foi um domingo, o que geralmente são domingos calmos e sem muito barulho, que passariam rápidos demais, sem se tornarem memoráveis). Também pudemos encontrar um certo humor e carinho dentro há tantas palavras trocadas. Escolheu um vinho, pelo preço e qualidade. Era italiano e com um cheiro que causaria uma leveza sem igual. O sabor ainda melhor. E a conversa se extenderia por dias, se não fossem as obrigações que tanto nos matavam. Estavamos já no caminho de casa e eu não queria mais incomodá-los, pois o amor surgia nos meus olhos. E o jeito que ele crescia me mostrava os dentes e estava realmente feliz porque era como se fossem feitos, de um jeito até american way of life but true, um pro outro.
Chegamos perto demais de casa, onde Ele não poderia se aproximar. O motivo que lhe ainda fazia criança e lhe dava obrigações estava a espera da garota. Se aproximar mediante a isso poderia causar mais problemas, então despediu-se. E foi sincero em um abraço e um beijo, sem malicia até coberto de fraternidade, que recebi. Me afastei, agora era a chance deles se olhassem. E assim dizerem 'Boa noite'. Dizeram. E os olhos se fecharam junto com todo o resto do mundo, o qual eu pertencia, e se fizeram ali dois. Os dois únicos seres do mundo. Os únicos que respiravam e sentiam verdade.

- Repete pra mim. "Hoje quando a noite..."
Pra cada doce existe um amargo pra te mostrar. O quão doce pode-se ser. O quão amor pode se dar. Valeu a pena cada passo dado que marcou a calçada e marcou nosso sapato. Valeu a pena cada gole e cada cigarro que não largamos. E por fim, foi um prazer.

sábado, 22 de maio de 2010
Mas no fim...
Ah, como aproveitamos cada dia que tivemos. E nunca mais vamos ser tão puros como fomos. E não tem como esquecer. Não tem como não chorar, toda vez que bebo e logo percebo. Logo vejo, logo finalmente entendo. Somos os mesmos, a velha guarda. É tudo o que eu quero.
quinta-feira, 20 de maio de 2010
Walk alone.
Me sinto bem errando em virgulas, mas limpando a garganta de tanto á guardar. Gosto do intusiasmo que sinto em te ver, seja você quem for. Mas me traz esse medo de rejeição que tenho desde que nasci. E eu vou seguindo assim, me tornando cada vez mais esse nome que ninguém sabe pronunciar.
Dormir ouvindo vozes de fantasmas já se tornou algo cômico. E rir faz tão parte de mim quanto a confusão de tudo que existe e tudo que me permite fazer parte. Eu queria encontrar um refúgio em meio a tanta guerra de sentimentos. Eu poderia sentar pra uma café? Preto igual o escuro que eu quero ficar, se tuas mãos forem tão minhas quanto o teu coração. Que seja sempre igual me lembro de ti, agora, que ainda não te conheço. Que eu possa me manter inteiro, sem alterar. Se puder então acrescentar, venha e fique o tempo que puder. Eu não me cansaria. Eu não me conheceria, se fosse outra pessoa.
terça-feira, 18 de maio de 2010
Furação.
Sinto que estou criando algo complicado. Estou me tornando algo fácil de confundir. E se eu pudesse provar tudo o que não sou, não bastaria pra te fazer ficar. Não me faria menos explosível, menos mutável. Sinto que estou levando nas costas tudo que posso, enquanto me arrasto dentro da sala. Sem portas. Não vou a lugar nenhum, nunca sonhei sair daqui. E por covardia não fui capaz de largar todo o resto. Só resto. Só sobras. Nada do inteiro que sonhei.
Estou pronto pra explodir. O espaço não suportaria. O branco implora pra não ser sujo. "Mantenha calma, pelo amor de Deus". Nem eu mesmo poderia existir depois de tudo o que meus olhos diriam. Eles sabem demais. Eu soube demais. Hoje já não sei nada. Não me lembro mais dos sonetos. Nem das flores. Nem das dores.
Até onde foi meu amor? Até onde fui capaz de mantê-lo? A espera não seria tão longa se pudesse me escrever um pouco. Porque deixaste-me tão ansioso por teus sopros de reprocidade?
Como um furação, eu sou. Sem avisar. Sou tão maior do que esses ventos que entrego em vão. Meu pranto em mãos. Meu choro em linhas. Sou evolução. Sou a desconstrução do passado. Do engraçado. Do real.